quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O Todo vazio; o Vazio todo

Para que o todo seja inteiro,
Então há o vazio
Dentro do todo.

Naquele silêncio gritante
O Todo se queixa do vazio.
O Vazio.

Mas num grito silencioso
Sem o vazio nada seria do todo.
O Todo.

N'uma harmonia desincronizada
Andam o posto e o oposto.
E na verdade é todo um só; um todo, só.


Fernando Neves; Rascunho do Dia.

5 comentários:

  1. Daqui já consigo sentir o eco oco ecoando pelo ar.
    Parece uma espécie de buraco na clara escuridão.
    Sobra muita sombra por aí sem tempo.
    O alto silêncio caracteriza a vida e os pensamentos.
    Nada acontece, nada se passa, nada se transforma, é uma contra teoria, nada racional.
    Na questão de espaço, vivemos, com tudo de todo vazio, mas num todo de tudo sem toda graça.

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  2. Feliz Natal de novo velho o/
    Tu tá aqui dentro, por essas e outras não me sinto todo vazio x)

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  3. tenho que colar uma coisa
    "N'uma harmonia desincronizada
    Andam o posto e o oposto.
    E na verdade é todo um só; um todo, só."
    meuuu!!!
    melhor estrofe, sem dúvidas.
    gostei dessa comparação.
    me fez lembrar de algumas palavras:
    "Pra ser alguém na vida você tem que saber que ainda não é nada."
    eh...mais ou menos isso.
    Não sei se foi isso que vc quis dizer;
    mas eh como agente já disse:
    Um poema quer dizer exatamente o que vc entendeu dele.

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  4. Mas não é verdade? Se não fosse o oposto o que é não seria. Se o que é depende do oposto, então, essencialmente, o oposto é o é. Portanto, maravilhosa a tua reflexão. Não há todo sem vazio e vice-versa. Uma pena que essa mesma linha tênue é o que separa o amor e ódio. Amar hoje, odiar amanhã? Cruel dilema. Solução indissolúvel. Aliás, convém salientar que ficou boa demais a tua poesia.

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