Corremos sem nos esconder, solução ou ilusão?
Doce é as nossas tentativas em vão,
Amargo é o que sobra da nossa razão,
Mas viver sem tentar. Isso Não!
Medo eu tenho, mas do incerto eu vivo.
Com palavras procuro buscar um incentivo,
Apesar de estar n'um beco sem saída,
Ninguém sentirá falta da minha ida.
Absolutamente nada mente, resposta vencida,
No limbo do incerto procuro meu improviso.
Sem viajar, sem sair do lugar, nada a captar,
Estou apenas a procura do teu sorriso.
Em chamas esfria meu coração,
Não me derreto com aquela canção,
É frio. Mas inflama meus sentimentos...
O choque térmico me faz te querer ainda mais!
Ikeda e Fernando Neves; Conversas de MSN - em versos.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Presente de Natal
Abriu os olhos. Ele e ela; o homem e a morte.
Um horizonte límpido. Sol nascente e nuvens em degradê com o céu azul. Azul anil. E de repente as cores vão se mesclando, perdendo o sabor. A impressão de velocidade; o horizonte entra em zoom sem foco. Imagens ofuscantes e opacas. A mistura de uma cor sem-cor. Delírio. Estava sentado à janela do quarto 413 na espera de sua filha. Desvaneios e tresvarios; podia sentir um som silencioso em Mi menor: o canto melancólico da morte. A nota aguda de uma foice penetrando aquele coração tão cheio de vazio. Abriu os olhos. Ele e ela; o homem e a morte. O que será que faz um homem não perder a esperanças onde já não há mais esperanças? Da onde vem tanta energia de algo esgotado da mesma? Lá do limbo mais profundo do âmago humano onde estão as raízes do instinto animal, do ser acorrentado pelas rédeas da conciência. Ou talvez não. As vezes nos apegamos tanto as coisas terrestres estabelendo um vínculo tão forte que as existências entre os interligados se tornam uma só.
Sala de emergência e observação 413: a vítima sofrera várias paradas cardíacas consecutivas. Treze ferimentos de balas calibre 38 - três foram retiradas do coração. Mesmo não tendo dinheiro algum prometera à filha um presente de Natal: uma daquelas bonecas que passa na TV. Apesar dos pesares parece vivo, além do mais conseguiu sorrir para filha que aparecera em prantos.
Fernando Neves; Projetos Aleatórios.
Um horizonte límpido. Sol nascente e nuvens em degradê com o céu azul. Azul anil. E de repente as cores vão se mesclando, perdendo o sabor. A impressão de velocidade; o horizonte entra em zoom sem foco. Imagens ofuscantes e opacas. A mistura de uma cor sem-cor. Delírio. Estava sentado à janela do quarto 413 na espera de sua filha. Desvaneios e tresvarios; podia sentir um som silencioso em Mi menor: o canto melancólico da morte. A nota aguda de uma foice penetrando aquele coração tão cheio de vazio. Abriu os olhos. Ele e ela; o homem e a morte. O que será que faz um homem não perder a esperanças onde já não há mais esperanças? Da onde vem tanta energia de algo esgotado da mesma? Lá do limbo mais profundo do âmago humano onde estão as raízes do instinto animal, do ser acorrentado pelas rédeas da conciência. Ou talvez não. As vezes nos apegamos tanto as coisas terrestres estabelendo um vínculo tão forte que as existências entre os interligados se tornam uma só.
Sala de emergência e observação 413: a vítima sofrera várias paradas cardíacas consecutivas. Treze ferimentos de balas calibre 38 - três foram retiradas do coração. Mesmo não tendo dinheiro algum prometera à filha um presente de Natal: uma daquelas bonecas que passa na TV. Apesar dos pesares parece vivo, além do mais conseguiu sorrir para filha que aparecera em prantos.
Fernando Neves; Projetos Aleatórios.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
O Todo vazio; o Vazio todo
Para que o todo seja inteiro,
Então há o vazio
Dentro do todo.
Naquele silêncio gritante
O Todo se queixa do vazio.
O Vazio.
Mas num grito silencioso
Sem o vazio nada seria do todo.
O Todo.
N'uma harmonia desincronizada
Andam o posto e o oposto.
E na verdade é todo um só; um todo, só.
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
Então há o vazio
Dentro do todo.
Naquele silêncio gritante
O Todo se queixa do vazio.
O Vazio.
Mas num grito silencioso
Sem o vazio nada seria do todo.
O Todo.
N'uma harmonia desincronizada
Andam o posto e o oposto.
E na verdade é todo um só; um todo, só.
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Ao silêncio do Si bemol
Nem mesmo em mol
É possível dar um valor
Mesmo estando ao silêncio do Si bemol
P'ra aquilo que sinto; Amor?
De uma inércia profana
A uma fúria marítima,
Meu ser se inflama!
Talvez não fosse eu a vítima.
Tempos em que o amor
Brinca de ator;
Transforma-se!
Tempos em que sinto dor,
Ajo com pudor.
Se o tempo voltasse...
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
É possível dar um valor
Mesmo estando ao silêncio do Si bemol
P'ra aquilo que sinto; Amor?
De uma inércia profana
A uma fúria marítima,
Meu ser se inflama!
Talvez não fosse eu a vítima.
Tempos em que o amor
Brinca de ator;
Transforma-se!
Tempos em que sinto dor,
Ajo com pudor.
Se o tempo voltasse...
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
domingo, 21 de dezembro de 2008
O Mascarado e a Flor
Sim, o Amor.
Aquele mascarado
Que Brinca de Ator!
Ora sábio e paciente,
Parece até adormecido.
Será que ele mente?
Às vezes destruidor
E impetuoso.
E daí só vem a dor...
É, não vejo saída
Se não esquecer
Daquela Flor caída.
Flor que brotara
Do nada,
Mas ainda assim me matara.
Ah! Aqueles tempos
Em que sonhar
Não me causava tormentos!
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
Aquele mascarado
Que Brinca de Ator!
Ora sábio e paciente,
Parece até adormecido.
Será que ele mente?
Às vezes destruidor
E impetuoso.
E daí só vem a dor...
É, não vejo saída
Se não esquecer
Daquela Flor caída.
Flor que brotara
Do nada,
Mas ainda assim me matara.
Ah! Aqueles tempos
Em que sonhar
Não me causava tormentos!
Fernando Neves; Rascunho do Dia.
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