domingo, 4 de janeiro de 2009

Palavras, apenas.

Nem uma das mil palavras
seria possível descrever
o que sinto; QUE RAIVA!
Sinto cheiro de você.

Sinto, apenas.

Sentir.
Verbo no infinitivo;
infinitivo sinestésico
do infinito significativo!

Significado, apenas.

Significar.
Verbo no infinitivo;
infinitivo conceitual
do infinito rotulável!

Rotular, apenas.

Não percebemos
que o tudo junto
na verdade é separado
porque nós queremos!

Querer, apenas.

Ah! Essa ânsia;
desejo extremo!
Coisa do Homem
em conceituar!


Fernando Neves; Rascunho do Dia.

6 comentários:

  1. Muito bom!
    E depois me diz que lhe falta inspiração. Imagine quando estiver inspirado mesmo.
    Senti um pouco de revolta nas palavras do poema, ou são palavras, apenas - de fato?

    E sobre o taxista, o cara queria ser simpático comigo ué, me convencer a voltar mais vezes à cidade e tals... hahahah

    Beijão Fee :*

    PS.: Aparece aqui que eu removi um comentário meu? (por falta de semântica, por sinal hahaha)

    ResponderExcluir
  2. Palavras, verbos...
    Verbo acaba se tornando mais que semânticas, conjulgações e morfologias...
    Senti uma espécie de "não apenas", mas sim tudo pelo tal sujeito oculto que o narrador está loucamente desejando...
    Mais que um conceito, um amor?

    ResponderExcluir
  3. Você um dia ainda me mata do coração! Sim, porque seus poemas tem tal intensidade que provocam um verdadeiro curto-circuito na mente, proporcionando um prazer incomparável. Esse poema em especial é, sem dúvida, o melhor que você já produziu. Peço que o guarde, pois vou querê-lo gravado em minha lápide (XD). De qualquer forma, muito obrigado por me proporcionar essas sensações sublimes que só o contato com a perfeição pode nos oferecer. Até o próximo post!

    ResponderExcluir
  4. Nossa! Fazia tempinho que eu nao via o teu blog =X Está "diferente" rsrs
    Bom... sobre o post... o começo... aquela raiva... deu medo rsrs
    Mas gostei da maneira como foi escrito... os verbos, palavras... =)

    ResponderExcluir
  5. uehuahuhas
    grande grande!!!!!!!
    explendido....ou sei lá outros adjetivos.
    adorei! suas poesias são...sem palavras!...

    ResponderExcluir
  6. Como podemos conceituar o que realmente é com coisas que não são - palavras. O é nunca será denominação do que verdadeiramente é, pois é já não existe senão no mundo das idéias. O mundo concreto e o mundo das idéias se relacionam, mas um não é outro assim como o outro não é o um. Portanto, nada é. Tudo pode ser.
    Parabéns Fernando, uma leitura formidável para aqueles que compreendem.

    ResponderExcluir