Nas folhas brancas
Sublimam os Poetas
Imaginam, mergulham, somem...
Perdem-se nas idéias.
Acordam, imergem, voltam...
E com profundas palavras
Encontram-se: Escrevem!
Os sonhos se tornam versos.
O valor dessas frases se dá
Início ao surreal, assim...
sonhando, usamos a imaginação
Sem ao menos nos expressar.
Quando imaginamos podemos
Nos despertar através deles
Alcançando qualquer sonho,
Por mais impossível que pareça...
Sociedade dos Poetas
(Além do Desvaneio: Versos Poéticos)
segunda-feira, 31 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
Eu sou o narrador
Então crio uma personagem: João, 15 anos, tipo físico magro com 1,80 de altura. Nada muito extraordinário em seu rosto, olhos rapidamente frios e calculistas, cabelos cacheados e nariz pontudo. Mais alguma coisa? Bom, temos uma criatura com requisitos predeterminados, agora basta criar uma história, desenvolver um conflito, enriquecer o clímax com acontecimentos inesperados e, então, terminar a narração de maneira peculiar tendo João como nosso grande herói! Ah, que maçada. Quero uma história diferente, comecemos logo a brincar de narrador onisciente!
Há coisa mais legal que saber o pensamento das personagens? Prever suas ações, sentimentos e emoções? Sim, eu posso. Sou o narrador onisciente, o onipresente e o onipotente; aquele que começa e termina a história! Pois bem, João está nesse exato momento fazendo uma prova. Que surpresa, é um exame de língua portuguesa. Ele está acabando, falta uma questão objetiva; vou ajudá-lo. A resposta certa é a alternativa “d”, João. Não, não é a “c”! João, é a “d”. Rapaz, você irá errar, eu sou o narrador, você deve me obedecer! Que decepção, João assinalou a outra alternativa. Como pode meu personagem desrespeitar as minhas ordens?
Alegre e saltitante, João sai da sala de prova. Parece que ele está com fome; vou ajudá-lo. Crio agora mais dois personagens que serão amigos do João. Marcelo, um garoto de 16 anos, estatura média, considerado muito inteligente na turma, uma personagem amigável e muito íntima de João. Ah, só tem homens nessa história! Crio, então, Maria: menina bonita de cabelos negros bem lisos e longos, corpo escultural sendo um pouco mais baixa que os garotos.
Agora sim! Temos um grupinho de amigos. Já os descrevi e não posso esquecer-me que João está com fome. Pois bem, Maria convida os dois meninos para almoçar na lanchonete próxima à escola, porém João recusou. O quê? João recusou? Mas como pode ter isso acontecido? Eu tenho certeza que ele estava com fome! Marcelo então convida o grupo para ir ao shopping. Mas eu permiti isso? OK. Vamos ver o que irá acontecer...
Eles estão indo para a ala do cinema, irão ver algum filme; vou intervir novamente. Há apenas dois filmes em cartaz: “A volta dos que não foram” e “As tranças do Rei careca”. Hoje o dia foi exclusivo para comédia! Quero que assistam ao segundo filme. Marcelo o sugeriu para o grupo, entretanto, João acha que o primeiro filme é mais engraçado. Maria também concorda. Como? O que está acontecendo? Não sou eu o narrador onisciente dessa história? Ah, cansei: oferecia lhes as oportunidades, mas no final fizeram o que mais queriam. Vejo que sou apenas um narrador observador.
Fernando Neves
Há coisa mais legal que saber o pensamento das personagens? Prever suas ações, sentimentos e emoções? Sim, eu posso. Sou o narrador onisciente, o onipresente e o onipotente; aquele que começa e termina a história! Pois bem, João está nesse exato momento fazendo uma prova. Que surpresa, é um exame de língua portuguesa. Ele está acabando, falta uma questão objetiva; vou ajudá-lo. A resposta certa é a alternativa “d”, João. Não, não é a “c”! João, é a “d”. Rapaz, você irá errar, eu sou o narrador, você deve me obedecer! Que decepção, João assinalou a outra alternativa. Como pode meu personagem desrespeitar as minhas ordens?
Alegre e saltitante, João sai da sala de prova. Parece que ele está com fome; vou ajudá-lo. Crio agora mais dois personagens que serão amigos do João. Marcelo, um garoto de 16 anos, estatura média, considerado muito inteligente na turma, uma personagem amigável e muito íntima de João. Ah, só tem homens nessa história! Crio, então, Maria: menina bonita de cabelos negros bem lisos e longos, corpo escultural sendo um pouco mais baixa que os garotos.
Agora sim! Temos um grupinho de amigos. Já os descrevi e não posso esquecer-me que João está com fome. Pois bem, Maria convida os dois meninos para almoçar na lanchonete próxima à escola, porém João recusou. O quê? João recusou? Mas como pode ter isso acontecido? Eu tenho certeza que ele estava com fome! Marcelo então convida o grupo para ir ao shopping. Mas eu permiti isso? OK. Vamos ver o que irá acontecer...
Eles estão indo para a ala do cinema, irão ver algum filme; vou intervir novamente. Há apenas dois filmes em cartaz: “A volta dos que não foram” e “As tranças do Rei careca”. Hoje o dia foi exclusivo para comédia! Quero que assistam ao segundo filme. Marcelo o sugeriu para o grupo, entretanto, João acha que o primeiro filme é mais engraçado. Maria também concorda. Como? O que está acontecendo? Não sou eu o narrador onisciente dessa história? Ah, cansei: oferecia lhes as oportunidades, mas no final fizeram o que mais queriam. Vejo que sou apenas um narrador observador.
Fernando Neves
sábado, 8 de março de 2008
Esqueça, ufano!
Esqueça, ufano! Tiveras ela antes, mas oniricamente.
Uivos histéricos não adiantam, não adiantam...
Tens n'alma o ideal.
E na vida, ela é real?
Agora descansa, ufano.
Mas não tenhas em mente
O sabor platônico do amor.
Fernando Neves
Uivos histéricos não adiantam, não adiantam...
Tens n'alma o ideal.
E na vida, ela é real?
Agora descansa, ufano.
Mas não tenhas em mente
O sabor platônico do amor.
Fernando Neves
Janela D'alma
Perdido em pensamento
Nos olhos seus encontro-me fitando,
Perco a noção de movimento
E fico assim, levitando...
Ainda, como mar aberto neles mergulho
E sem querer meu orgulho
Domina minha mente.
E fico assim, descontente...
Mas como ondas ocilantes
Vejo, queimando de ternura,
Seus olhos palpitantes.
Oh! Quanta Aventura!
Nessa janela d'alma
Brilha uma chama
Que ainda de amor me inflama!
Fernando Neves
Nos olhos seus encontro-me fitando,
Perco a noção de movimento
E fico assim, levitando...
Ainda, como mar aberto neles mergulho
E sem querer meu orgulho
Domina minha mente.
E fico assim, descontente...
Mas como ondas ocilantes
Vejo, queimando de ternura,
Seus olhos palpitantes.
Oh! Quanta Aventura!
Nessa janela d'alma
Brilha uma chama
Que ainda de amor me inflama!
Fernando Neves
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